Pelo ponto de vista de WOSNIAK (2006, p. 50) “ao romper com o matriarcado característico da dança moderna, Merce Cunningham tornou-se grande inovador desta linguagem na segunda metade do século XX.” A autora apresenta quatro fases do trabalho do artista para facilitar o entendimento sobre sua trajetória, que veremos a seguir.
A primeira fase (anos 30 e 40): encontra-se a primeira fase da parceria entre Cage-Cunningham no Black Mountain College, onde fundamenta-se a independência das artes no trajeto de Cunningham como artista interdisciplinar
Segunda fase (a partir dos anos 50): Após fundar a Merce Cunningham Dance Company, começa a inserir em sua obra o acaso (influenciado pelo I Ching) num procedimento denominado chance operation.
Na terceira fase (anos 60-70) Cunningham inicia a criação de trabalhos especificamente para as telas de cinema e video. Novas parcerias são firmadas com Charles Atlas e Elliot Caplan.
A quarta e última fase (anos 90) cria em parceria com Thomas Calvert da Universidade Simon Fraser, British Columbia, o Life Forms, software que reproduz o movimento, além de criar novas formas de organizá-lo.
Olhar a obra de Cunningham e relacionar as características que estão presentes no modo de organizar suas danças, como o aleatório, não linearidade na estrutura do espetáculo, work in progress, e que hoje são consideradas características da dança contemporânea.
Percebe-se que a obra de Cunningham está inserida num contínuo processo evolutivo através do tempo, que acompanha o desenvolvimento da arte deste coreógrafo que transitou por diversas manifestações da dança em relação as tecnologias eletrônicas e posteriormente digitais.
Merce Cunningham morreu de causas naturais nesta noite de domingo (26/07), aos 90 anos, em sua casa em Nova York.
SANTANA, IVANI. Corpo Aberto: Cunningham, Dança e novas tecnologias. São Paulo: Educ, 2002.
WOSNIAK, CRISTIANE. Dança, Cine-dança, video-dança, ciber-dança: dança, tecnologia e comunicação. Col. Recém Mestre. Curitiba, 2006.
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